quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Solidão

Será este o meu desatino?
Chorar pelo impossível destino,
Chorar pelo que jamais ocorrerá,
Nem em milênios, nem por segundos,
Eu terei a chance de provar...
O que é ser, pertencer,
O que é ter, cuidar, zelar,
Amar jamais "eterno enquanto dure"
Amar eterno e que perdure
Muito além do que se possa supor,
Sem dúvidas de amanhãs,
Jamais interrogações de amor!

Ah! Sonhos, devaneios e eu me esqueço,
Que fui predestinada no começo,
A não ter uma pontinha desta dor,
Que por mais que doa ela é a certeza,
Do reencontro, do abraço, do laço,
Que nada desfaz!
Meu choro é este nunca maldito.
Meu choro é de nunca jamais!!

Gláucia Carvalho - 2006

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Vida Feito Vento

Estou repartindo-me ao meio,
Os dias, as noites, os receios,
Resolvi dividir o que me resta
E o que sobrou da festa,
Como quem chega de surpresa,
E é o dono da mesma.

Aprendi que balões não são eternos,
Que a música também acaba,
Que os convidados retiram-se aos poucos,
E o que resta é você e nova estrada...

Algumas tranqueiras para a lixeira,
Inclusive livros de cabeceira,
Inclusive manias corriqueiras,
Que tomam tanto tempo.

Pois a vida, como o vento,
Vai por onde Deus soprar,
E que a vida feito um vento,
Há de um dia não ventar...

 

Gláucia Carvalho