Eu era menina ainda,
Dormia com os cabelos sem pentear,
Vinha direto da rua, com os joelhos sangrando,
Com o vento engolido à fio, do dia que Deus dera...
Ai quem dera engolir mais ventos!
Abraçar depressa a ventania,
Enquanto ela rodeia os sete mares,
E ainda nos presenteia em maresia!
Eu menina ainda era,
Quando a festiva primavera,
Me fazia "pegar emprestado" em alguns quintais,
Flores diversas para "Bouquets" fenomenais.
Normalmente dados a mãe da menina que eu era ainda,
Toda vida era bem-te-vinda,
Todo canto era sabiá,
Todo pomar era passarada,
E absolutamente todos sabiam cantar...
Que saudade da menina hera...
Que em era sua existência transformou,
E se sonha , sonha em eras,
O que jamais se realizou.
Gláucia Carvalho
14.01.2011