sexta-feira, 26 de junho de 2015

Tempo

De quantas vidas vou precisar pra saber como se vive?
Às vezes me sinto como uma criança perdida dos pais...
Eu vivi menos, ou vivi mais?
De quantas estrelas eu vou precisar para me localizar neste deserto?
Fui assim tão longe, ou continuo perto?
Quantos milênios teria eu que viver,
Para não saber nada, ou para apenas saber?

Que música teria que ser ouvida, 
Para eu permanecer ou ser minha despedida?
Como me preparar para o desconexo, inverso,
Versos estes que nunca escreverei...
Não! Não! Tempo não terei...
E ainda por olhar desatento,
Que não me vê por dentro,
Há uma lenda que dita,
Que o que mais tenho é tempo!

Gláucia Carvalho
26.06.2015

terça-feira, 23 de junho de 2015

Oração

De vermelho, cor de sangue, cor de vida,
Ela se deitou na água de mansinho.
Em mansa água devagarinho,
Foi desenhando com os dedos,
Os mais diversos segredos, 
E pedidos a Deus!

Mulher de vermelho, tão linda!
O que pode mais querer?
Juntou-se à água, lágrima salgada,
Selando a promessa de outrora:
- Meu Deus! Consagro ao Senhor agora,
Este fruto do ventre meu.
Digo aos quatro ventos, como disse do primeiro:
- Tudo que é meu é Seu!
Como é Sua minha vida e de quem mais vier...
Estou selando com vermelho sagrado,
Esta singela oração...
Por favor, dê aos  meus filhos saúde e paz
E eu te serei devoção!

Gláucia Carvalho
23.06.2015
(escrevi isto agora, olhando para a imagem da minha prima grávida. Érica Bernardes. Amo você querida!)

terça-feira, 9 de junho de 2015

Saudade de Pai

Queria chorar gigante!
Um choro incontrolável, desmedido, insano.
Daqueles que lavam a alma, corpo, coração.
Queria chorar bem grande!!!
Gritar aos quatro ventos como dói a ausência.
A ausência de quem se amou uma vida inteira!
Queria chorar torrentes e correntezas,
Mares e suas ondas,
Rios e cachoeiras,
Pra limpar as palavras que não foram ditas a tempo.
Acho que não disse o suficiente o quanto amei!
O quanto quis bem! Como era importante para mim sua presença.
Sua essência, seu ser e pureza.
Um desbravador da nobreza,
De ser simples porque é!
Queria chorar tudo de uma vez e não aos pedaços.
Queria não guardar mais nenhum traço,
Desta dor imensa que me consome.
Não existe um ai, outro ai e outro ai,
Que preencha o meu vazio de não poder dizer mais:  pai!!!

Gláucia Carvalho
09.06.2015