terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sétimo céu (Bem aventuranças)


Eu fui até o ribeirão,
Tentei de lá triscar a lua cheia,
A minha viagem foi em vão...

Ela subiu, sumiu num instante,

Daí a vi surtada minguante,

Êta lua distante...


Eu fui até a beira da praia,
Tentei de barco, o alto mar,
Não vi sequer nenhum resquício,

Do sol que se põe do lado de lá...

Tentei tocar, em vão, tocar...

Ele desceu num instante e mergulhou,

Queimando as águas distantes,

Pra mim? Nem lembranças deixou...


Eu fui até o topo do morro,

Achei que tocaria uma pincelada de azul,

Que nada, o azul fica bem mais longe que suponho,

Não há chance, não há sequer um pedaço de véu,

Que simule, que adoce a boca de quem quer alçar o primeiro
"e que" dirá derradeiro, vislumbre do não-cético sétimo céu...!!!

Gláucia Carvalho

15.8.2006


"Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus". Mateus 4:3

Um comentário:

J.F.AGUIAR disse...

Eu li... e estou bem aventurado...
Tu és bem aventurada e nos faz feliz com a poesia.