segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Finda

Se quiserem tirar de mim as rimas não me importo.
Se tirarem também as sinas, um tanto melhor.
Querem roubar-me o que restou de melodia?
Façam-no rápido.
Elas não me trazem mais alegria.
Se eu fui toda poesia e música
Neste meu estranho viver,
Não esqueçam de tirar esta dor maldita.
Ela indo, meu pranto findo,
Será descanso e morrer!


Gláucia Carvalho
26.11.2011

(dedico a todos que sentem dor crônica. Ainda que seja na alma.)

domingo, 20 de novembro de 2011

Jaboticabou

Jabuticaba? acaba!
Que frutinha ingrata!
Eu amo a danada, ela vem num repente,
Enche o bucho da gente e numa chuvinha qualquer,
Cadê a jabuticaba? Jácabou!
Mas já?
Aquele tanto da danada, que deixou as galhas lotadas,
Pelo chão se esparramou...
É torcer por uma temporã,
Podia ser qual maçã, que nasce o ano inteiro...
Mas NÃO!
Ela faz questão de aparecer num repente,
Encher o bucho da gente,
Deixando fartas as galhas,
Que ninguém conseguirá sequer colher,
Pra cair num instante, virar esterco e feliz morrer...
Ah frutinha ingrata!
Ela veio e ninguém notou...
Quando me dei conta da bolinha escurinha,
Que faz ploct, pluft, nhoc!,
Veio a triste notícia:
JABUTICABOU!!!


Gláucia Carvalho
22.6.2006
(inspirada numa frase que o Rogério Carvalho, meu irmão falou... "JABUTICABA ACABOU! JÁ???)

domingo, 13 de novembro de 2011

Sol e Lua

Nós éramos mais que tudo
Mesmo em tudo um vazio
Que me dava medo e frio
Da saudade que eu já tinha dela.


Ela, uma flor amarela.
Do sol, as nuances refletindo.
Eu em tons cinzas obscuros,
Era lua e a chuva caindo.


Dizem que quando alguém parte
Que em você cabe só a saudade,
Este alguém passa a ser uma estrela
E eu vi de uma estrela só a  metade.


Assim como o tanto que não entendo
Como a metade de estrela que vejo daqui,
Fico sonhando em fundir-me com ela
E brilhar plena dela quando eu partir.


Gláucia Carvalho
13.novembro.2011