Era
madrugada ainda. Naquele momento quando o mar escuro é surpreendido por
flashes dos raios celestes em cores ainda não decifradas.
Fiquei
estagnada olhando aquela paisagem tão absurdamente controversa. O
mistério do mar, a noite que tudo tinha silenciado, vinha sendo
dissipada por uma força de cores e luz!
Tentei olhar mais longe, mas meus olhos ficaram fixos em uma bola redonda que foi surgindo de dentro do mar.
Eu estaria sonhando ainda, ou aquilo era real?
Chamei meu filho que ainda dormia e ele ajeitou os óculos pra que
pudéssemos entender o que estava acontecendo. Em apenas alguns segundos,
enquanto ele ajeitou seus óculos, lá surgiu no horizonte. A bola
redonda. Meio céu, meio mar. E foi subindo rápido e devagar sem que a
gente pudesse notar.
Que bola marota! Parece uma bola de futebol nos pés dos artistas jogadores brasileiros.
Eu bem já tinha ouvido que ela sempre aparece depois de uma noite inteira de escuridão.
Em um morro não muito longe de onde estávamos, por entre névoa, tons de
laranja, algumas poucas estrelas, nossa atenção foi totalmente
absorvida por uma revoada de pássaros. Enquanto eles brincavam de se
esconder, talvez Deus tenha sorrido de nós dois...
Eu e meu filho, estáticos, sem saber para onde olhávamos, fomos surpresos mais uma e outra e outra vez. O sol já estava alto.
Um dia eu pego esta bola subindo. Um dia...
(E Deus deve estar sorrindo de mim agora mesmo...)
Gláucia Carvalho
27.2.2014
Um comentário:
Passei para observar seu conto do inverno, onde o nascer do sol nos trás um belo nascer do dia... "ele sempre aparece depois de uma noite inteira de escuridão" Gláucia forte abraço!
Postar um comentário