Me chamam de poeta, sou nada!
De uma espécie de mensageira, piada!
Uma amiga das palavras, conversa!
Penso até que elas me odeiam,
Porque me perseguem implacáveis,
Deixando-me insone o corpo,
Até escrevê-las fielmente,
Contando meus segredos a um louco.
Nem adianta travar as portas,
Tapar as frestas, fechar vidraça,
Elas entram sei lá por onde,
Importunam-me e só vão para longe
Quando eternizo minha desgraça!
Gláucia Carvalho
08.01.2003