sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Trago

Trago comigo o rimado das águas
Trago, a nado, o frescor que elas têm
Trago dos ventos um bonito recado
Trago a memória de terras além


Trago a fumaça de estranhos folguedos,
Trago as cinzas de quem um dia partiu,
Trago na alma os mais loucos segredos,
Trago uns estragos de um tempo hostil...


Trago mais que tudo uma saudade imensa,
Que me faz mais intensa que tudo isto aqui.
U'a saudade de filha, uma angústia densa,
Na ânsia de volver para onde devo ir.


Trago e levo o que nasceu comigo
A mais profunda ânsia de tocar o céu,
De ter o abraço do meu maior amigo
Ao romper da matéria,
Ao rasgar do véu!


Gláucia Carvalho
8.11.2008

Um comentário:

J.F.AGUIAR disse...

Que jóia! estou feliz em postar
o que eu chamo de jóia: belo texto!