segunda-feira, 30 de agosto de 2010


Sei dela uma beleza extrema,
Sei dela uma fragrância, uma poema.
Sei porque a conheci desde sempre.
Sei dela, porque não seria nada,
Se não fosse de Deus a misericórdia,
A cada manhã renovada!
Sei dela, assim tão amada,
Que o pouco que ainda me resta,
É apenas a doçura da espera.
Do encontro no eterno que ela,
Jamais sonda ousar imaginar
Pois é lá que fará o que mais ama em vida
Cantar, cantar e cantar!

Gláucia Carvalho
(Em homenagem ao meu amigo Valter Júnior)

De algo eu sei, que eu não sei.
E se sei, aprendi de Deus!
Ele me conhece desde o ventre,
Ele me conhece na nascente,
Ele me sonda no por do sol,
...E eu peço assim,
Livre até de mim,
Que me faça inteira,
Assim verdadeira,
Comigo e com os outros,
E que livre afinal,
De todo caminho mal!

Gláucia Carvalho
27.8.10


Sei dela o que não sei ainda,
Sei dela o que é mais ida que vinda,

Não sei dela, sei apenas dela um traço de tristeza,

Por ser ela bela e por não ser dela a beleza...

Sei dela o que lhe fora destinado,

Há primórdios malditos, que recitados guardados,

Disseram-na és bela, mas o serás apenas para ser vista.
Jamais para ser tocada ou amada.
Sei dela, apenas a mágoa.

Sei dela, apenas a sombra, o fogo que certamente
Em brasa algum dia, apaga.

Gláucia Carvalho

30.agosto.2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

SeCastigo


Hoje faria um daqueles hinos.
Com direito a toque de sinos,
De trombetas, berrantes e "shofares",

Ou o que quiserem chamar.

Parafrasearia o bem-te-vi Benjor:

-Chove chuva, chove sem parar!!!

Ou cantaria à moda antiga,
Nas brincadeiras da infância e de agora,

Gritaria bem alto porque tô à fim:

-TOMARA QUE CHOVA TRÊS DIAS SEM PARAR!
Que terra "secastigada" sô!

É o beiço cortado,

A pele rachada,

O nariz sangrando,

As árvores morrendo,

Os bichos fugidos,
As matas queimando,

Ó Deus, tenha dó de Brasília, nos brilha de chuva...

Nos embrulha de bençãos mais do que merecemos,

Aqui há uma névoa tão negra de poder...

Só o Senhor que é o dono de tudo,

Que manda nos tempos, pra ter pena de nós

Ordenar um "BASTA" às pedras do caminho,

Que eu sei que num instante, tudo e todos se curvam,

As nuvens se ajeitam à voz do Poderoso Deus
e certamente

...vai chover.

Gláucia Carvalho

24.9.2007


(muito seco em Brasília)

A vida é aqui e agora rapaz,
Não deixe a vida escapaz moça,
Não deixe a vida ser jogada fora criança,
Pegue a chance agora na dança,

Na poesia, na alegria, na tristeza,

Sabendo que Deus tem a beleza,

De transformar todo pranto em tesouros,
Jamais se iluda com mimos e brilhos de ouros,

Incomparáveis com os pingos da chuva,

Ainda mais quando se seca o amor de muitos.
A vida é aqui é agora.
Não moça, não rapaz, não criança, não gente boa,
Não vá jogar a vida fora!


Gláucia Carvalho

17.agosto.2010

sábado, 14 de agosto de 2010

Nunca se sabe adeus...


E a vida vai nos ensinando,
Que mesmo doendo, mesmo doente,
A gente segue gente!

E a vida vai nos incitando!
Eu vou recitando!
Uns versos, umas rimas!
Eu vou cantando hinos,

Eu vou dizendo mimos,
Aos meninos meus.

Nunca adeus...

A minha partida certamente,

Não se entende...
A da vida de ninguém,

Jamais se entende!

A melancolia é a dança,
Que balança, os dias meus!

Adeus, adeus...

Gláucia Carvalho
14.8.2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Oásis


Tentaram me desordenar....
Foi em vão decerto!
Sou um mar aberto,
Para o encontro das águas.

O que em mim deságua,

Vem da fonte mais pura,
Que é somente ternura,

Do Eterno amor,
Não sinto solidão do deserto,
Sinto mais perto todo o Oásis,
Que me cabe mesmo na dor!


Gláucia Carvalho
9.agosto.2010

Pai Passaredo


É assim como um soneto,
Minha vida com meu pai,
As conversas sobre a vida,
Dia a dia que se vai,

Nos conselhos sempre sábios,

Do meu maior amigo,
Daquele que mais me ama aqui,
Daquele que me é abrigo.

Não nos falta pão, palavras,
Não nos falta tamanha ternura,

Que chego a pensar que sou a mais afortunada,
Que todas as criaturas.

Pai, minha vida é simplicidade,
É docura pelo senhor,
Que atravessou tantos sertões e veredas,

E ficou mais lindo com a dor.
Obrigada pelas orações,
Pelo Pai Nosso de cada dia.

Obrigada pelas músicas enchendo a casa, a vida,

E com ela tanta poesia.

Obrigada por nos fazer sentir amados,
Como filhos assim abrigados,
Que sempre têm para onde voltar,
Obrigada por eu ter este nome sagrado,
Que é PAI, para eu chamar!

(eu te amo papai!)
Beijos, da "filhota"



Gláucia Carvalho
8.agosto.2010
(manhã)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Notícia Boa


Me chegou a notícia,
Há tanto esperada!
Eu que antes me sabia,
Uma mulher sem saída,
Sem entrada, sem janela,
...Agora vejo amarelas,
Borboletas e flores azuis!
E vejo um lago profundo,
Onde mergulho o melhor deste mundo,
A esperança de encontrar novamente,
A vertente do verde meu!
A esperança de ser tão somente,
A menina Nos olhos de Deus!

Gláucia Carvalho
5.8.10
(manhã)


Segura não mais secura.
Desaguei nos braços de Deus!
Encontrei a chave do Eterno,
Que me abriu imensidão!
Mora aqui mesmo, não em terras distantes,
...Mora no coração do contrito,
Na humildade de quem com fé ora,
E ao Pai clame que agora,
Conforte os dias seus!
Este alcança dia após dia,
O afago no abraço de Deus!

Gláucia Carvalho
5.8.2010


(Deus habita no Alto e Santo lugar, mas também habita no coração do contrito para vivificar e habita no coração do aflito, para consolar - Isaías - Bíblia Sagrada, leiam todo! Está lá!)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Canto Sereia


Talvez pela espera,
Talvez pelo talvez,
De vez eu não me quero,
Pedindo pelo eterno,
Retorno bem te quero,
Bem te vi, ainda que não veja.

Talvez eu  apenas seja,

Alguém para partir,

Alguém para ser sua, 

Nos olhos do espelho,
Nos lápis e pincéis,
Na tela antiquário,
Antiquada para alguns,
Para mim, para você,

Não sou apenas uma.
Eu serei sua sereia,
A cantar imensidão,
Nafraugar o seu navio,
No meu porto violão...


Gláucia Carvalho
2.8.10