sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Divago

Os tempos divergem vagos,
Nada diferente debaixo deste sol,
Como espigas de milho no paiol
Nos amontoamos anônimos de nós mesmos.


E cada qual com seu umbigo,
Escuta só o que quer ser ouvido,
Fala só o que quer falar,
Abstraídos de outro ouvido, de outro olhar.


Eu divago vaga e impotente,
Não entendo esta gente,
Que não pensa noutra gente!


E eu divago devagar e sempre,
Não nasci para este mundo louco,
Daqui quero só o meu pouco
E necessário pão de cada dia.


Também quero a flor viva e a poesia,
Meus rebentos alentados pela alegria
De como eu, saberem-se inadequados,
Nesta terra, mas por Deus guardados.


Divago vagamente sobre a semente,
Aquela que pra nascer novamente,
Necessita morrer.
Certamente frondosa e frutífera árvore,
Dará à terra como exemplo, 
De que nesta nossa história,
Vivemos o aqui e agora,
Mas nosso presente presente,
Já é viver de glória em glória!


Gláucia Carvalho
26.agosto.2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Viagem

E de tanto voltar
De onde jamais fui
Comecei  a acreditar
Que nenhum lugar se exclui.


Mesmo quando vou
E voltando "viajada"
Trago lembranças aos meus
Pequenos objetos de nada.

O que importa é que sonho
E se sonho dormindo ou acordada,
Já não preciso de passaporte
Tenho em mim grande sorte 
De sair mesmo ficando.
De partir mesmo estando.
E então desejar que de "lás"
Estou novamente voltando.


Gláucia Carvalho
8.8.2011