terça-feira, 25 de junho de 2013

Dor

A dor que se fora, enterrada, esquecida,
Volta a assombrar-me de uma forma doída,
E eu que jurei ter guardado meu luto,
Quarentenas, velórios e missas rezadas,
Suponho que a dor é mais forte que a morte.
Sobra-me azar, ou falta-me sorte!

Gláucia Carvalho
24.6.2013

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Saudades

Ah este filme? ela amava...
A música que ouvi agorinha?
Também.
O jeito que organizei meus livros de poesia,
Ela aplaudiria.
Que falta você me faz meu bem.

E as lembranças dos acampamentos,
Mata burro, pinguela, tantos momentos,
Tantas gargalhadas, que foram partidas
E transformadas em vidas,
Sempre trazendo outro alguém.
Que falta você me faz meu bem.

Vou vivendo sem você,
Mas te tenho no meu pensamento,
Toda noite, todo dia, nas madrugadas e além,
Ah que falta você me faz meu bem...
Espero te encontrar logo, amém!

Gláucia Carvalho
18.6.2013

(Claudinha, até já, já!)

Janela



Fiz uma poesia de dois mundos
Separados por uma janela.
Por ela eu encontrava em profundo,
O amor que tenho por ela.

Como somos assim parecidas,
As cores, perfumes e vidas,
Os amores e também desafetos,
Da janela eu a vejo e aceno,
Como eu a queria por perto...

Gláucia Carvalho
21.6.2013


(Dedicado à minha amiga Carla Cóias, que, como eu, ama janelas.)

terça-feira, 11 de junho de 2013

Eu e as coisas

Fui pegar água para tomar um remédio.
Subi com a água.
O remédio tava lá embaixo.
Desci com a água.
Subi com o remédio, deixei a água.
Desci pra pegar a água.
Ela sumiu!!!!
Peguei outra.
Subi.
O remédio é bem menor que a água.
Sim, ele sumiu.
Refiz todo o processo.
Algum de vcs pegou o remédio, ou a água?
Desci novamente.
Meio que sem saber se tinha ou não tomado o remédio,
Sentei no meio da escada desapontada.
Isto é conspiração das coisas.
Eu não fujo das coisas. Elas fogem de mim.
Se eu tomei o remédio?
Sei lá!!!

Pra que o remédio?
Boa pergunta!
Pra memória!

Gláucia Carvalho (em uma manhã confusa)
9.6.2013

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Eu e o Vento

Estávamos eu e o vento.
Eu disse fica!
Ele respondeu, tenho que ir.
Sim, eu te amo morena,
Mas você é tão pequena,
Pra o tanto que tenho pra dar...
Eu chorei, foi em vão.
Novamente eu disse, fica! Me abraça.
Ele me bagunçou os cabelos, num abraço de ventania.
Eu supliquei em agonia,
Por favor, não me deixe mais!
Ele saiu de mansinho,
Mandando brisas e beijos, com um jeito de quem sorri.
Inconformada eu sempre soube que ele é meu,
Mas roda o mundo, abraçando outras por aí!

Gláucia Carvalho
6.6.2013