segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Rio

A curva daquele rio,
Mais parece um violão
E o som da água cristalina,
Soa pra mim como canção.

E como a canção que não retorna,
A água que passa não volta também não.
E se não mergulhei naquele instante,
Meu desejo foi em vão.

Os desejos são quimeras,
Daquilo que já existiu.
Poemas não serão mais escritos,
Do rio que já partiu.

E nossas crianças descrentes,
Apenas saberão do que foi registrado,
Já era rio, cachoeira e mata.
Ah tempo desgraçado!

Gláucia Carvalho 

Música: Ivan Nogueira
30.1.2013