sexta-feira, 11 de março de 2011

Charlie Sheen e o Capetinha

Charlie Sheen e o Capetinha

Estou abismada com a situação crítica do ator Charlie Sheen.
Eu sempre fui fã dele por ser um excelente ator de comédias. “Top Gang” foi  uma sátira incrível a alguns filmes.  Assisto um episódio ou outro de Two and a Half Men,  porque acho interessante a interação dos irmãos com Jake. O garotinho prodígio. De fato os criadores da série são mesmo muito inteligentes, pois conseguem tirar humor da degradação humana encarnada no personagem de Charlie.
Depois que ele foi demitido da Warner, só ouço falar de Charlie Sheen, ou Harper, pois vejo que os dois se confundem.  A que ponto o homem (não o personagem) chegou Porque as celebridades ganham holofotes até mesmo quando são desagradáveis, arrogantes e porque a imprensa ama a desgraça alheia
Hoje resolvi seguí-lo no Twiter e a mensagem única que ele enviou neste dia 11.3.2011, foi demonstrando sua tristeza diante da tragédia ocorrida no Japão. De que devemos ser solidários em união e amor em favor daquele sofrido povo, exatamente no momento em que eu orava pelos japoneses.

Hum... quem é Charlie Sheen afinal Senti compaixão dele. Ele é viciado em todo tipo droga,  álcool, prostituição,   completamente preso em si mesmo nos seus medos e neuras. Como qualquer ser humano, ele precisa desesperadamente de Deus! Porque não o deixam em paz Porque o show é mais importante que a vidaPorque a imprensa prensa ao limite as celebridades, quando há tanto mais que se noticiar

Na contra-mão, lembro-me da primeira vez que vi o “Capetinha”, no centro da cidade onde resido. Um menino, uma criança de 12 ou 13 anos, aparentando ter menos ainda certamente por maus tratos e uma óbvia desnutrição.  Alertaram-me que ele era um dos mais perigosos traficantes de “Crack” da região, também viciado nesta praga assim como Charlie Sheen.
Era ele misturado aos seus clones, sem história, temidos, temerosos, escondidos, vagando nas noites frias. Não tenho muito o que contar do “Capetinha”. Eu nunca sequer soube o seu verdadeiro nome. O que me choca, neste drama todo, é que ele nunca ganhou as manchetes de nenhum jornal. Nem uma coluna pequena.  Nem no obituário, pois “Capetinha”  foi assassinado brutalmente e teve o seu corpinho de menino exposto.  Nu! Ali no meio da rua. Isto não valeu sequer uma foto. Qual a diferença de um e de outro
Eu chorei quando “Capetinha” morreu. E chorei quando soube que mais alguns meninos que andavam com ele também tiveram o mesmo destino. No jornal NADA!

Hoje eu choro pelo Japão. Choro também por Charlie Sheen e peço a Deus que ele ainda tenha tempo de se arrepender e salvar a sua alma. Só ele mesmo, que está vendo sua vida desmoronar, com seus filhinhos sendo retirados de seus braços, com o problema do vício, do vazio, sabe que não resistirá por muito tempo. Certamente não será esquecido, como já foi esquecido e substituído o pequeno “Capetinha”.

Gláucia Carvalho
11.3.2011

Retorno


Tenho ouvido uns ruídos,
Lá da mata de onde vim,
Vem chegando aos meus ouvidos,
A melhor parte de mim!

Sentada ouvindo os avós,
A contarem coisas da vida,
Hoje entendo que a melhor roda da infância,
É  ter em Deus a guarida!

Tenho voltado no tempo,
E percebendo que cresci,
Quero voltar às rodas da infância
E recomeçar de onde parti.

Aonde tenho lembranças dos hinos,
Dos sinos tocando na igreja da praça,
Volto então a ser feito criança,
Que vive pela fé e tem de Deus a graça!

Gláucia Carvalho
11.3.2011