sábado, 28 de janeiro de 2012

Meu piano


Lembro-me quando o vi pela primeira vez,
Novinho, o cheiro da madeira,
Lembro da vez primeira,
Que timidamente toquei uma nota.
Abriu-se imediatamente a porta,
Do que seria uma das minhas maiores paixões!


O piano sempre polido,
Muitas vezes proibido,
Pelas mãos sujas de moleca,
Que teimava tocar do seu jeito.


Tentaram ensinar-me o convencional.
Costas eretas, mãos de princesa,
Ah como eu iria ser passional,
Se mal tinha modos à mesa...


O piano sonhado me foi dado,
Eu já era menina crescida,
Sempre tocando do meu jeito,
Displicente e desapercebida.


Subo diariamente estas escadas,
Que me levam ao céu infinito,
Como também é o meu piano,
Para alguns apenas bonito.


Ele me faz ir além,
Das 88 notas que tem,
Quando nos abraçamos inteiros,
Sinto o amor verdadeiro,
De Quem é o dono dos sons,
Viro menina de novo,
Viro boneca de pano,
Quando entro infinita, 
No meu infinito piano!


Gláucia Carvalho
28.01.2012

(dedicado a Nilce Vilarins, minha amiga de infância, que achou esta figura perfeita pra mim! Te amo minha querida!)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Distante de mim

Da vida aprendi algumas coisas,
E depois desaprendi,
Vi que muitos  chegam ao ponto de perguntar-se
Fui eu mesmo que vivi?


Esta pergunta constante
Faz-me perceber que o instante,
Em que realmente sou eu não me sei.
E deixadas algumas marcas, se fui eu, também, não saberei.


Vãs filosofias, tantas utopias,
Que me deixam enfadada ou não...
Se já desacredito se sou eu, mesmo sendo,
O que vier é lucro e também é vão!


Gláucia Carvalho
27.janeiro.2012

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Terra do Nunca

Meu espírito aventureiro,
De querer descobrir o que há além dali,
Faz-me voar quase todo o tempo,
Como o prazer da descoberta, o prazer do pensamento.


Despretensioso como eu,
Livre sem saber "se amanhã",
Talvez eu fosse a inspiração mágica,
De quem criou o Peter Pan.


Mesmo crescida e sabida demais das coisas,
Que eu não queria sequer a data,
Para não crescer e sentir o que não quero,
Decidi que vou ser pirata!


Gláucia Carvalho
25.1.12

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sonho

E foi como um raio que cai onde quer,
Lembrando que vem um forte trovão,
Molhando minhas esperanças de vida,
De não mais ouvir não...

Eu quase ouvi a música,
E quase senti o cheiro,
Por pouco me senti amada,
E por mais que isto ensejo,
Juro, foi-se música, perfume, ficou saudade,
Nunca foi meu aquele beijo!

Gláucia Carvalho
25.1.2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

Espelho, espelho meu...

Se eu não tivesse esta vontade de ir,
E também a vontade de ficar,
Seria tão mais fácil me descobrir,
De enconbrir aquilo que o espelho não mostra,
Aquilo que me machuca e as lembranças que não queria.
Se o espelho as mostrasse,
Todos eles eu quebraria!

Gláucia Carvalho

22.jan.2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

Sonho distante

Eu que esperei toda vida,
Olhando do porto ou praia,
Sonhando que ele me visse,
Sempre descalça e de saia...

Então eu acordei e fui lembrando,
Fui eu que fiz tudo errado,
Sonho com praias, barcos e sereias,
E moro no centro do cerrado!

Gláucia Carvalho
13.1.12

domingo, 1 de janeiro de 2012

ReComeço

E deve ser mesmo assim com todo mundo.
No início de um novo ano fazemos mil promessas para nós mesmos.
E no início deste ano que já quase se foi (o tempo não para pessoal!)
Ninguém realizou nem um pouco do que sonhou,
Muitos poucos sequer notaram que o tempo passou!


Eu quero coisas bem diferentes neste ano.
Nenhum objetivo a realizar,
Nenhum sonho pra sonhar.
Quero ser pega de surpresa
Não saber o que vai à mesa
Mesmo certa de que o Pai não me deixa com fome.
O Pai não me deixa insone!
Portanto eu vou dormir mais tranquila ainda,
Sabendo que sou tão frágil e já vivi alguns pedaços.
Não quero que me rotulem com traços,
Ela é assim, fala assim, dorme assim e repete e repete...


De repente eu quero que me vejam completamente inusitada.
Exatamente como eu sou!
Se hoje não deu certo o planejado,
Ou se algo precioso quebrou,
Que importa afinal?
Nada aqui é eterno
E se já não sou muito afeta às coisas,
Quero ser bem menos ainda.


O mais importante é o amor.
É o humor, cheirosas roupas de cama,
Os filhos aquecendo feito chama,
Tudo o mais que se esfriou.


Este ano eu quero somente,
Que me chamem pelo nome,
Que saibam que sou cheia de defeitos,
Mas tenho lá minhas virtudes.


Este ano eu quero viver mais leve,
E que mais leve seja este ano,
Que eu possa amar outros e outras,
E amar ainda mais quem já amo!


Gláucia Carvalho
primeiro de janeiro de 2012