sexta-feira, 19 de junho de 2009


Um restinho de vinho na taça,
E os pingos da chuva que cai,
Deixando embaçada a vidraça,
E eu não vejo quem vem e quem vai.

O restinho do vinho não bebo,
Quero deixá-lo para quem,
Descobrir que a solidão é segredo,
De quem não vê quem vai e quem vem...

Que a chuva jamais acontece,
Nem o sol, nem mesmo anoitece,
Tudo é a vidraça embaçada
De onde não vejo nada!

Só escuto, ao longe, as vozes, os risos,
Os movimentos de uma porta que se abriu,
Porém o meu vai e vem tão ocioso,
Jamais saberá se alguém entrou ou saiu...

Gláucia Carvalho
5.nov.2008

Um comentário:

J.F.AGUIAR disse...

Sempre haverá um mover: podemos estar ociosos, parados, a mente viaja milhas e milhas ;seus versos
nos faz pensar: quem entrou? , quem saiu?; quem ficou? quem partiu?