quarta-feira, 8 de junho de 2011

Oleiro

Tudo é mistura escura
Mas quem faz vê mais que barro e pó
As palavras e atitude duras
Mostram casca feia
Mas quem faz o todo vê melhor

Quem faz já vê as formas
Quem faz já sonha planos
Quem faz sabe o que o barro pode ser
Se aquecido, batido, moído, tratado
Mexido, transformado, exposto, disposto a doer

O barro é só barro, se não há um artista
Que jamais desista do barro, por mais borros que tenha
Por mais erros e rasgos,
Este barro molhado, por suor do oleiro
Pode vir a ser vaso, pra caber mais que “um inteiro”
E jorrar coisas boas, mina d’água do oleiro
Água pura e boa, de quem viu mais que barro
Com seus olhos de oleiro
De quem faz mais que um vaso
Com suas mãos (e milagre) de oleiro!

Gláucia Carvalho
10.12.02

2 comentários:

J.F.AGUIAR disse...

Belo poema! uma obra inspirada
pelo Oleiro de nossas vidas...continue a ser sempre
este vaso...simples mais cheio
de palavras eternas...me faz bem!

David Sérgio Brito disse...

Como já tive a oportunidade de escrever alhures:
O plano da trindade não se concretizou em Adão. A figura do oleiro, que Deus revelou ao profeta Jeremias (Jeremias 18: 1 a 6), mostra claramente que Adão foi um vaso que se quebrou enquanto estava sendo feito: “Mas o vaso de barro que ele estava formando estragou-se em suas mãos; e ele o refez, moldando outro vaso de acordo com a sua vontade” (Jeremias 18:4). Aqui fica clara a obra de regeneração do pecador. Em Adão todos fomos feitos pecadores, mas em Cristo muitos são feitos novas criaturas, vasos novos, justificados e santificados para a honra e glória do Criador, desta feita gerados à semelhança de Cristo.