domingo, 26 de junho de 2011

Presa na dor

Eu sou solidária com todos,
Porém solitária com o que sinto
Mesmo porque eu não consinto 
Com o que meu corpo sente.


Não consentiria com os seres que respiram
Que sentem algum tipo de dor
Destas que não te largam
Destas que te amargam
Na cadeia da solidão.


Já não sei mais o que é normalidade
Esqueço até minha idade,
Porque pouco importa para mim.
O morrer me seria lucro
Podiam colocar em meu sepulcro,
"Aqui jaz, finalmente em paz
Quem foi bem mais intensa do que se imagina
E por um desvio  na história, sua sina,
Foi sentir uma dor tão fina,
Que jamais celebrou-se tamanho alívio!"


Chego a sonhar com o luto sereno,
Daqueles amados que chorarem por mim.
Eu, plena, descansada, sem avisos desta vida,
Certamente diria: - Nunca fui tão feliz assim!


Gláucia Carvalho
26.7.2011


(solidária com todas as pessoas que sentem qualquer tipo de dor crônica. Deus os abençoe!)

2 comentários:

Anônimo disse...

Como me identifico com suas palavras, minha irmã. É que, de certa forma, também estou preso a dor. Já são mais de 12 anos, passando por toda sorte de tratamentos possíveis para aliviar as discopatias degenerativas de minha coluna lombar. Além da dor, sinto por passar este sofrimento à minha família. São duas meninas (12 e 9 anos) e minha esposa. Tenho que dar"nó em pingo d'água para não fazê-los sofrer mais que eu. Minha filha mais nova, tem um caderninho onde anota as coisas que faremos quando eu ficar bom: Fazer um piquinique, viajar de carro novo, ir a um parque de diversão... O que faço? Eu a encorajo. Mas, são tantos anos... A dor me tirou do trabalho, me exilou em casa e me deixou amargo. Também me fez ver algumas coisas que jamais poderia ver se estivesse bem. Para quem não sabe, sou pastor Presbiteriano. Poderia falar muita coisa desta relação. Acontece que nada, mas nada mesmo, seria apropriado. Estou entregue a graça do Senhor. Graça que já foi suficiente a tantos, hoje, quero que seja para mim também.

J.F.AGUIAR disse...

A poetisa não mente
Ela é gente, gente que sente
Como um espinho na carne...
Dor pare de doer!
Deixe ela e sua poesia viver
Dias de alivio, dias de paz

Gláucia não esqueça sua música:
Doce nome... ela serviu e serve até hoje de instrumento de Deus para curar muitas dores... e trazer a Paz
para muitos! Gláucia Deus te ouve!