quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Dia de ventania


Este dia teve todos os tempos
Agora, chove uma chuva de vento,
E ao longe escuto trovões.
Assim vagam meus pensamentos,
Distantes num mesmo trem
Separados por tantos vagões

É vago o instante de agora,
Nem sei bem o que sentir
Se é hora de aquietar-me os trovões,
Se é hora de assim mesmo partir.

Tenho pavor desta mágoa,
De não saber o que virá após,
Tenho pavor desta água,
Que desce ao relento como nós...

Sem destino, sem um lugar certeiro,
Levada a regatos e alguns canteiros,
Separando ainda mais o que sobrou.
Feito dia, a claridade sombria,
Mostra o pouco que restou...

E vem chuva e eu vou chovendo também,
Vou molhando alguns lugares,
Em milênios talvez eu me junte aos poucos,
E me encontre em qualquer um,
Dos sete mares.

Gláucia Carvalho
25.09.2008

Um comentário:

J.F.AGUIAR disse...

Nos encontramos nestas águas, vou continuar...me faz um bem seus versos. continue...muito bom!!!
sossego,silêncio e paz.